A Pele que Habito (La piel que habito)

Muita gente torce o nariz para filmes europeus, e este é um filme que muita gente torceu o nariz, principalmente nos primeiros 50 minutos, mas, garanto é um filme que você não vai se arrepender de assistir.

O começo do filme parece um grande comercial com inúmeras propagandas incluído do governo espanhol (o filme é da Espanha) igual ao cinema nacional. Logo no inicio até mais ou menos no meio você com certeza começa a pensar se foi uma boa ideia prestigiar esta produção de Almodóvar, o filme não tem muita movimentação e dar aquele sono do tipo “que filme chato”. Antônio Banderas faz o papel de Robert Ledgard, um médico muito estranho e perturbado que mantem em cárcere uma garota chamada Vera (Elena Anaya) que é constantemente vigiada pela governanta da casa, vivida por Marisa Paredes. Lá pelas tantas da produção temos finalmente flashbacks que revelam a causa da perturbação do médico e as razões da prisão da moça. Sem estragar o filme podemos adiantar que Banderas teve um problema conjugal com a esposa que o traiu e, em uma fuga com o amante acabou com o corpo todo queimado, o que a levou ao suicídio. Anos mais tarde foi a vez da filha de Ledgrad ter um contratempo na vida, após ser “violentada” em uma festa por um rapaz chamado Vicente (Jan Cornet) a moça fica traumatizada e terrivelmente busca o mesmo destino da mãe o que deixa Robert louco. A loucura é tanta que a moça aprisionada (não irei dizer como e nem o fato que levou Robert a aprisioná-la) recebe, sem sua vontade, uma operação plástica e ganha o rosto da esposa falecida de Robert e para completar ela ainda é usada como cobaia dos experimentos de pele do médico.
Ao final do filme ganhamos grandes revelações e ficamos bobos com a ótima produção do brilhante Almodóvar que leva o filme em um caminho que não era esperado em seu inicio e, por via de consequência ganhamos para a história do cinema um médico ao estilo Frankenstein, louco talvez, mas, com certeza um homem amargurado e consumido por uma vingança perigosa, na qual ele perdeu as rédeas e o controle para o destino inesperado.
Obs.: Preste atenção aos detalhes do filme, tem até uma referência leve ao Brasil.

Sinopse

Roberto Ledgard (Antonio Banderas) é um conceituado cirurgião plástico, que vive com a filha Norma (Bianca Suárez). Ela possui problemas psicológicos causados pela morte da mãe, que teve o corpo inteiramente queimado após um acidente de carro e, ao ver sua imagem refletida na janela, se suicidou. O médico de Norma acredita que esteja na hora dela tentar a socialização com outras pessoas e, com isso, incentiva que Roberto a leve para sair. Pai e filha vão juntos a um casamento, onde ela conhece Vicente (Jan Cornet). Eles vão até o jardim da mansão, onde Vicente a estupra. A situação gera um grande trauma em Norma, que passa a acreditar que seu pai a violentou, já que foi ele quem a encontrou desacordada. A partir de então Roberto elabora um plano para se vingar do estuprador.