Vamos aproveitar o clima da discursão que ronda a semana sobre as cotas raciais para fazer alguns comentários sobre o tema dentro do mundo cinematográfico e, por fim apresentar a opinião do presente Blog ao final desta reflexão.
Começaremos por um clássico da década de 1980 Os Caças-Fantasmas (Ghostbusters). Esta obra-prima de comédia e ficção adorada pelos Nerds do mundo todo tem sua participação na cota racial. Do quarteto é Winston Zeddemore, interpretado por Ernie Hudson, o único negro de toda a trama, pode procurar nenhum outro personagem negro do filme tem mais do que uma fala, a não ser o Winston. Detalhe os outros três caça-fantasmas são cientistas e tem títulos de doutores até o Peter Venkman (Bill Murray) é Doutor, já Winston é o único assalariado do grupo é um tipo de “faz tudo” do grupo. Nos comentários do DVD é informado que no roteiro original (escrito por Dan Aykroyd e Harold Ramis que também interpretam, respectivamente, Ray e Egon) Winston deveria ser o mais esperto e capaz dos caça-fantasma, teria vários títulos em Ph.D (o doutorado americano) até hoje não se sabe os pormenores do fato que levou o Winston a ser apenas um “faz tudo”, mas creio que foi pelo fato dele ter ingressado na turma na cota racial.
De Volta Para o Futuro (Back to the future). Neste momento marcante em que você ler estas linhas vocês para e pensa: “Mas não tem nenhum negro no filme”. Meu amigo é obvio que tem, você só não lembra dele pelo fatos dos coitados terem entrado no sistema de cotas e estar em algumas poucas - bem poucas mesmo, cenas. Vamos refrescar a memória, lembra daquela cena que Marty McFly é preso dentro de um porta-mala de carro e ele é salvo pelo guitarrista de uma banda do colégio? Pois é, olha o nosso amigo ai. Ele é Marvin Berry, da banda Marvin Berry & The Starlighters, no filme ele é interpretado por Harry Waters Jr. Pois bem e qual a importância de Marvin no filme? Bem, ele é o vocalista e guitarrista da banda, sem a ajuda dele Marty não ia conseguir fazer com que sua mãe e pai se apaixonassem e por consequência ele não iria nascer, é Marvin que deixa Marty toca na banda e protagonizar uma cena hilária quando este toca a música Johnny B. Googe, a música foi escolhida para o filme por uma única razão, ela foi escrita justamente em 1955. Quando Marty toca esta música Marvin fica impressionado e logo trata de ligar para o seu primo Chuck Berry e fala: “Sabe aquela novo som que você estava procurando? Então escute isto!”, pois é Chuck Berry existe de verdade e ele é o real compositor da música, ou seja, uma brincadeira que deu certo. Um pequeno presente, aqui estão as três músicas que aparecem no filme que são tocadas pela banda de Marvin, é só clicar no nome da música para abrir o link do youtube: Earth Angel (Will You Be Mine); Night Train; e Johnny B. Goode com Marty Mcfly.
Já o segundo negro do filme não tem tanta participação, mas ele é o prefeito de Hill Valley. Goldie Wilson que começou como um simples faxineiro em 1955 e tornou-se o prefeito em 1985 e a carreira politica continuou em seu legado, afinal Goldie Wilson III é prefeito da mesma cidade em 2015. Donald Fullilove é o responsável por interpretar todos os Goldie Wilson de 1955 até 2015, vida longa esta.
O cinema nacional já entrou na cota racional a muito tempo, vamos falar de Tropa de Elite. O filme é uma maravilha, o Capitão Nascimento (Wagner Moura) é o herói do Brasil, mas quantos negros tem mesmo no filme? Bem principal mesmo só o André Mathias (André Ramiro) que no final do filme (se você não viu os filmes vou contar duas partes importantes a seguir) torna-se o novo capitão, prometia ser um novo herói tal poderoso como foi seu mestre. Ai vem a continuação, em TP2 já começa com Mathias matando o seu Jorge, ops, matando o cara malvado que ele interpretava, o Beirada, pronto o Capitão mata o outro que participava da cota, ai o filme já ficou desfalcado e para tristeza da nação em um momento de dura traição a cota do filme é eliminada com um tiro pelas costas (cena muito cruel) deflagrado pelo cruel Major Rocha que a partir daquele momento ganhava um novo inimigo o Coronel Nascimento que ficou sedento de vontade de matar alguns vilões.
Por falar em cinema nacional, o Brasil tem ótimos atores de cinema. Filme bom aqui no Brasil tem que ter pelo menos um destes atores: Wagner Moura, Selton Mello, Rodrigo Santoro ou Lázaro Ramos, este último por sinal o único negro e os filmes por sinal são os menos comentados é outro que só entrou nas cotas.
Mas, você acha que a cota é só para negros então nunca viu um filme de Eddie Murphy das antigas, aqueles na qual ele era um dos roteiristas. O filme Um Vampiro no Brooklyn é um ótimo exemplo (Vampire in Brooklyn) de todos os “personagens principais” a única branca do filme era a Capitã Dewey, interpretada por Joanna Cassidy que de boa, agora eu não lembro qual era a importância dela no filme, mas deve ter tido alguma, não muito grande afinal Eddie Murphy é conhecido por corta importância dos brancos em seus roteiros, algo que pode ser chamado de um racismo. Ele faz no roteiro dele os que os brancos fazem com ele nos roteiros deles. É uma espécie de troco.
Pois bem finalizamos esta análise. Mas não antes de deixar minha opinião sobre o conceito de cotas para negros nas faculdades.
Inicialmente devo informar que sou pardo, então na prática eu seria uma pessoa interessada nesta cota, mas não sou. Escutei um parlamentar dizer que as cotas raciais iriam “tirar” os negros pobres da criminalidade e dá uma opção para ele. Pois bem, primeiro negro não é sinônimo de pobre e vice-versa, o Pelé que é rico e já viu a cor da pele dele? Segundo quando você é pobre não tem apenas a opção da criminalidade, oras da mesma forma que tem pobre que rouba um real tem rico que rouba cem mil, se você roubar, matar ou traficar não importa o seu poder aquisitivo você será um criminoso do mesmo jeito, enfim não se justifica as cotas pela opção de vida de uma pessoa e tem mais vivemos em um país onde a maioria da população é negra ou parda então é obvio que a maioria do povo carcerário é desta etnia, contudo todos são pobres a resposta para isso é que os ricos tem como pagar melhores advogado, afinal quanto mais um sujeito roubar mais bem pagos serão seus defensores.
É de se destacar que as cotas é uma forma de trazer os pobres às universidades, pois bem, os parlamentares e afins estão dando um jeitinho brasileiro de não melhorarem o ensino público de base. Pobres e negros não precisam de ajuda para entrar na faculdade, eles precisam de ajuda para entrarem no ensino fundamental e se manter até o final do ensino médio com uma base de educacional melhor, se você ensinar uma aluno de colégio público do mesmo jeito que ensina um aluno do particular você não irá precisar de cotas. Alguns governantes não possuem a capacidade de elaborar politicas voltadas para ensino de base, um ótimo exemplo de “como não fazer” é a promoção continuada, contudo, agora um aluno deste sistema de promoção irá poder ingressar com orgulho em uma faculdade pública pelo sistema de cotas. Parabéns, vocês irão conseguir colocar os pobres na faculdade, contudo alguém pensou no depois? Entrar na faculdade é fácil, o difícil é se manter, vocês já viram que em universidades federais, que é gratuita, mais de 90% dos alunos vem de colégio particular, estes possuem base educacional melhor e são mais preparados para quando começarem as aulas, ou seja o conteúdo que for iniciado nas aulas não será uma surpresa para eles, enquanto que aquele que vem de uma escola pública terá várias surpresas e é obvio que o o professor não irá repassar uma matéria que o aluno supostamente deveria ter aprendido no colegial. Vamos ser francos um aluno negro ou pobre pode muito bem estudar e conseguir passar em uma USP, mas como ele irá se manter lá? A faculdade é pública, mas ele precisa comer, um lugar para dormir, comprar livros e tudo isso custa dinheiro e se a família não tem como sustentá-lo ele terá que trabalhar e ai? Como ele vai trabalhar e conseguir estudar em uma faculdade pública que notavelmente é bem mais “puxada” e exigente que as particulares? Veja bem o fato de ser puxada e exigente é o que torna as Universidades públicas as melhores do país. Tristes ironias, primeiro até o Ensino Médio a educação pública é lamentável, já no Ensino Superior é a melhor.
Peço que pensem uma coisa comigo. Até hoje não entendo esta nomenclatura de raças brancas/arianas, negras, indígenas, orientais entre outros nomes, até onde eu sei a única raça dominante neste planeta é a Raça Humana, por debaixo desta pele que nomeamos por cores existe um organismo vivo que é idêntico em todos, afinal você não irá achar um médico que só cuide de brancos e outro de negros pelo fato do organismo de um ser diferente do outro. Inclusive a nossa Constituição (como a Constituição de inúmeros países) não se refere a povo brasileiro por cor ou “raça”, todo brasileiro é igual perante a lei não importa sua pele, religião, time de futebol ou preferência cinematográfica os direitos e deveres são os mesmos e, uma lei vem e diz o contrário, para falar a verdade a lei é mais dura do que você imagina. Quando alguém diz que uma determinada classe racial tem cotas para entrar na Faculdade este alguém diz que esta pessoa é especial, ou seja ela é menos inteligente que as outras é uma pessoa inferior portanto precisa de ajuda para conseguir ingressar no ensino superior. Me faz lembrar uma pessoa que em meados da década de 1940 disse que os arianos eram superiores aos outros humanos, eles eram mais evoluídos, inteligentes e portanto superiores. Esta lei ao meu ver diz para àquela pessoa da década de 40 que ela estava certa, olha estas pessoas são realmente inferiores intelectualmente, mas somos um país democrático e arrumamos um jeito de colocá-los na faculdade assim eles não irão se sentirem insolados no nosso mundo.
Sinceramente, prefiro uma escola eficiente, com professores bem pagos e alunos moldados para serem os melhores, independente de cor de pele, religião e afins. Alunos pobres com base de educação suficiente para concorrer a uma vaga em qualquer faculdade em qualquer lugar que ele queira. Cotas raciais são a maior prova de racismo que um povo pode demostrar o pior que o povo aprova isso.
Para finalizar só mesmo uma parte da música do Michael Jackson chamada Black Or White
“É uma guerra de territórios numa escala global
Eu preferiria ouvir os dois lados dessa história
Veja, não se trata de raças,
Apenas lugares, rostos
De onde seu sangue vem,
é onde fica o seu lugar
Eu já vi o brilhante ficar mais opaco
Eu não vou passar a minha vida sendo uma cor
Não me diga que você concorda comigo
Quando eu te vi chutando poeira em meu olho”
Jadeílson José da Silva
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